O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras da
Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na
descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o nome científico do animal raro descoberto em Rondônia.
Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de História Natural de Viena e
na Universidade de Brasília. Nenhum deles têm a descrição exata de localidade,
apenas 'América do Sul'. A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas
apenas agora foi divulgada.
O biólogo Juliano
Tupan, analista socioambiental da Santo Antônio Energia, concessionária da
usina hidrelétrica, conta que foram encontrados seis exemplares do anfíbio, que
ficou conhecido como cobra mole, durante o processo de secagem de um trecho do
leito do rio. Os animais estavam no fundo do Rio Madeira entre pedras que
compunham as corredeiras de Santo Antônio, no leito original do rio.
“A Amazônia é uma
caixa de surpresa em se tratando de anfíbios e répteis. Ainda há muita coisa
para ser descoberta”, afirma o biólogo.
Segundo Tupan, o
ponto mais importante dessa descoberta é que agora se tem a noção de onde a Atretochoana eiselti pode ser encontrada. “Provavelmente em todo o Rio Madeira
até a região da Bolívia”, diz.
Os primeiros
exemplares do anfíbio foram encontrados pela equipe de Juliano Tupan em
dezembro do ano passado. Em janeiro passado ele encontrou mais dois exemplares,
mas morreram. Juliano explica que a divulgação da descoberta foi feita somente
agora porque estava em processo de validação e catalogação científica.
“Resgatar um animal
tão raro como este foi uma sensação fora do comum. Procurei referências
bibliográficas, entrei em contato com outros pesquisadores e vimos que se
tratava de Atretochoana eiselti”,
lembra Juliano Tupan.
O formato cilíndrico do corpo do anfíbio faz logo pensar que
se trata de uma cobra meio esquisita. Mas Juliano explica que a Atretochoana eiselti não tem parentesco algum com répteis. “Esse anfíbio é
parente próximo de salamandras, rãs, pererecas e sapos. Apenas se parece com
uma serpente, mas não é”, afirma o biólogo.
Fonte: G1
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