quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Umbigo abriga cerca de cem espécies diferentes de bactérias

O umbigo de uma pessoa costuma abrigar de 60 a cem espécies de bactérias, fungos e leveduras, de acordo com uma nova pesquisa. A descoberta, que será apresentada dia 12 de agosto no encontro anual da Sociedade Ecológica dos Estados Unidos, que acontecerá no Texas, demonstra como o umbigo pode ser um paraíso para a biodiversidade complexa. Segundo os autores da pesquisa, mais de 600 linhagens, variações de espécies detectadas no umbigo, ainda não desconhecidas.
- Apesar de termos encontrado cerca de 60 espécies numa pessoa comum, achamos mais de 1.400 espécies em geral, o que mostra que as diferenças entre os indivíduos são grandes - disse Rob Dunn, professor assistente do Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Carolina do Norte.
Dunn e seus colegas coletaram bactérias da pele dos umbigos de 391 voluntários de diferentes partes dos Estados Unidos para o projeto "Biodiversidade do umbigo". Homens e mulheres de diferentes idades, grupos étnicos, e até diferentes hábitos de higiene, foram incluídos no estudo. Os pesquisadores focaram no conteúdo bacteriano das amostras, mas "também há muitos fungos e algumas leveduras interessantes", disse Dunn.
Os cientistas confirmaram a viabilidade destes organismos através da cultura, e estão agora no processo de sequenciamento de DNA de cada espécie. Resultados preliminares indicam que o número de organismos por pessoa varia muito, com cada indivíduo carregando sua própria mistura de espécies, que, geralmente vivem em harmonia com o homem.
- Não vemos explicações claras do porquê as pessoas diferem tanto em termos de suas comunidades bacterianas. As diferenças que vemos não combinam facilmente com gênero, grupo étnico, idade ou até a frequência de banhos. Algo mais acontece - afirmou Dunn.
Os cientistas concluíram, no entanto, que um grupo de relativamente poucas espécies de bactérias são compartilhadas pela maioria das pessoas, com centenas de outras espécies aparecendo mais raramente.
- Pode ser que nós compartilhemos mais nossas espécies comuns, mas as espécies raras que encontramos são uma medida de nossas histórias individuais e são imprevisíveis - concluiu.
Os cientistas já analisaram em detalhes 95 amostras de bactérias do umbigo e dizem que esta flora varia em função de muitos fatores, como idade, sexo e ambiente. E a maioria das espécies observadas na pesquisa é conhecida, como a Staphylococcus epidermidis, comum na pele humana. Um pequeno grupo de 40 espécies corresponde a 80% das populações encontradas. Porém, mais de 660 cepas não puderam ser classificadas em nenhuma família conhecida.
O principal objetivo do projeto é investigar e conhecer minuciosamente quais os micróbios vivem em nosso corpo e as suas funções. E a ideia de começar pelo umbigo é que esta parte é bem isolada. Esses micro-organismos funcionam como uma primeira linha defesa, competindo com germes invasores nocivos.
- Um humano que consiga limpar todos os micróbios de seu corpo corre um risco alto de infecção de pele - diz Dunn.
Fonte: O Globo





Nenhum comentário:

Postar um comentário