O peixe da espécie Microgadus tomcod, da família do bacalhau, sofreu uma espécie de mutação para poder sobreviver nas águas poluídas do Rio Hudson, em Nova York. Estes pequenos peixes marrons vivem nas proximidades de várias fábricas da General Electric (GE), que despejaram toxinas no rio da década de 50 até a década de 80, quando o processo foi interrompido. Mas os produtos químicos, como dioxinas e bifenilpoliclorados, conhecidos como PCBs, ainda podem ser encontrados em grandes concentrações na água do rio.
Quando o despejo de produtos químicos no rio foi encerrado, 30 anos atrás, 94% dos peixes Microgadus tomcod sofreram com tumores no fígado. Com esses dados em mãos, o pesquisador Isaac Wirgin, da Universidade de Nova York (NYU), passou décadas estudando como o animal se adaptou ao habitat. Wirgin descobriu que os peixes ficaram altamente resistentes aos efeitos do PCB e da dioxina.
De acordo com a pesquisa, publicada na Science, o Microgadus tomcod sofreu uma mutação e agora possui um gene que reduz os efeitos da dioxina e do PCB, permitindo que a espécie continue sobrevivendo na região contaminada.
O grande problema, de acordo com o cientista, é que o animal agora virou uma ameaça aos seus predadores e aos homens, que estão no topo da cadeia alimentar. Com a resistência aos produtos químicos, o peixe acumula toxinas em seu corpo e transfere os produtos para seus predadores, que não estão adaptados para resistir ao tóxico.
Fonte: Galileu
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