Foto: Chris Gash/The New York Times
O hábito do pássaro tecelão-parasita de pôr ovos no ninho de outros para serem chocados provoca uma espécie de corrida armamentista das aves. O tecelão-parasita encontra formas aprimoradas de imitar os ovos do pássaro hospedeiro e este responde com novos métodos para distinguir os ovos do tecelão-parasita dos seus.
Os pássaros hospedeiros usam duas técnicas: aprimoram a capacidade de reconhecer ovos estranhos usando a visão ou variam a cor dos próprios ovos para ficar mais difícil para o tecelão-parasita imitá-los. Cientistas liderados por Claire N. Spottiswoode, pesquisadora da Universidade de Cambridge, colocaram ovos estranhos nos ninhos de três espécies da região sul da Zâmbia. Depois, eles verificaram se os pássaros sabiam identificar o impostor.
A prínia-de-flancos-castanhos se saiu muito mal ao diferenciar um ovo estranho de aparência similar aos seus usando a visão. Mas os ovos da prínia têm diversas cores e uma ampla variedade de padrões e eles confiam nisso para impedir que o ovo de um tecelão-parasita fique idêntico aos deles. A fuinha-de-faces-vermelhas, por sua vez, era muito boa para identificar um ovo estranho só de ver, embora seus ovos sejam os que menos variam na aparência.
A terceira espécie, a fuinha-chocalheira, ficou entre as duas na capacidade de diferenciar e na variação da cor dos ovos. O tecelão-parasita nunca põe ovos em ninhos de fuinha-chocalheira, sugerindo que é dela a estratégia mais bem-sucedida de todas.
Spottiswoode, cujo relatório foi publicado em The Proceedings of the Royal Society B, traçou um paralelo entre os pássaros e humanos: “A diversidade espetacular dos ovos da prínia-de-flancos-castanhos evoluiu da mesma forma que nosso sistema imunológico evolui em resposta a patógenos. Quanto mais diversos forem os genes de resistência a doenças, melhores são as chances de escapar às suscetibilidades de uma doença”.
Fonte: The New York Times
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