domingo, 9 de janeiro de 2011

Galeria dos bichos ameaçados: bagrinho

 

Um peixe de rio que cabe na palma da mão corre risco de desaparecer para sempre.

Por: Jean Carlos Miranda, Piatã Santana Marques e Rosana Mazzoni Departamento de Ecologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Procura-se!
Nome científico: Acentronichthys leptos.
Nome popular: bagrinho.
Tamanho: 8,5 centímetros.
Local onde é encontrado: Mata Atlântica, desde o litoral do estado do Rio de Janeiro até Santa Catarina.
Hábitat: partes altas de pequenos riachos.
Motivo da busca: animal ameaçado de extinção!
O bagrinho vive em riachos da Mata Atlântica (foto: Ivan Sazima).

Pelo título, você já sabe de que se trata de um peixe pequeno. E é isso mesmo! O bagrinho cabe na palma da sua mão. Com cerca de oito centímetros já é adulto – bem diferente dos seus parentes peixes do mesmo grupo dos Siluriformes, que podem atingir até dois metros de comprimento.

Este pequeno peixe vive a nadar nas nascentes dos riachos, escondido pela vegetação ou entre pedras e troncos dos rios, onde encontra sua comida favorita: insetos aquáticos – como são chamados os insetos que passam pelo menos um ciclo de suas vidas na água.

A reprodução do bagrinho ocorre entre os meses de setembro e março. As fêmeas podem carregar cerca de 600 ovos. Parece muito? Pois saiba que apenas alguns poucos filhotes conseguem chegar à idade adulta.

O bagrinho pode ser considerado muito exigente quando o assunto é qualidade das águas. Está adaptado à vida em águas limpas e claras, sendo muito sensível às mudanças que acontecem em seu ambiente. Atualmente, poucos peixes desta espécie podem ser encontrados vivendo livres na natureza, principalmente, por causa da degradação do ambiente onde vivem – a Mata Atlântica.

Quando árvores são derrubadas, a temperatura e o nível de água dos riachos, onde o bagrinho vive, sofrem mudanças. O desgaste do solo que o desmatamento pode causar faz com que terra e areia sejam levadas para dentro do rio, deixando a água mais escura e imprópria para nosso bagrinho, que, como vimos, está adaptado a águas cristalinas e livres da poluição.

Texto publicado na edição 213 da Revista Ciência hoje das Crianças.

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